Qual o papel da literatura no combate à discriminação racial?

Confira a roda de conversa promovida pela FTD Educação sobre o tema, além de algumas dicas de leitura para engajar as crianças ao seu entorno

A escola é um dos primeiros convívios sociais da criança fora de casa. Por isso, é importante que a discussão da equidade étnico-racial esteja presente desde o início nas salas de aula. Mas para além das discussões promovidas pelos professores, os materiais didáticos e paradidáticos também exercem papel fundamental nesse quadro.

Pensando nisso, a FTD Educação realizou uma roda de conversa mediada pela jornalista Caroline Lina para discutir o papel da educação e da literatura no combate à discriminação racial. O debate contou com a participação de Marlei Rodrigues, palestrante, educadora e especialista em literatura étnico-racial; e de Juliana Piauí, educadora especialista em literatura étnico-racial e infâncias, além de coordenadora do projeto Pequenos Leitores do Comunidade Educativa CEDAC, que conta com patrocínio da FTD.

Literatura como referência de mundo

Dentro de sala de aula, é preciso inserir referências diversas para os alunos. Isso porque a representatividade é fundamental para moldar a visão de mundo da criança. Afinal, ver personagens parecidos com ela e em papéis positivos reforça os aprendizados e encoraja os pequenos a explorarem suas potencialidades.

E isso pode ser feito desde a primeira infância. Basta que o conteúdo esteja adaptado à idade da criança. Para os mais jovens, é possível apresentar histórias e brincadeiras que mostrem as diferentes culturas do país. Conforme o estudante cresce e avança nos anos letivos, a leitura e o entendimento também se aprofundam.

Mesmo que os educadores exerçam um papel fundamental nessa tarefa, é preciso envolver a família. É o que reforça a especialista Marlei Rodrigues no debate promovido pela FTD.

“Precisamos dar ferramentas para eles. Este é o nosso papel como educadores. Dar ferramentas e suporte para os responsáveis, para os pais, para os professores e para a própria criança”, comenta a educadora. “Agora é o momento de quebrar esse eurocentrismo. Precisamos insistir”.

Marlei Rodrigues, palestrante, educadora e especialista em literatura étnico-racial.

Para ler junto

Trazer opções de leituras diversificadas dentro de casa também é importante. Pais e responsáveis são os primeiros exemplos na formação da criança. Assim, estimular conversas sobre diversidade a partir da literatura já coloca as crianças, desde cedo, em contato com temas sobre diversidade.

Para ajudar você a engajar as crianças ao seu entorno, separamos algumas sugestões de leitura que podem envolver crianças com várias idades — e também os adultos!

Literatura - Capa do livro "Gente de cor, cor de gente" de Mauricio Negro

Gente de cor, cor de gente, de Mauricio Negro

De forma simples e lúdica, o livro aborda questões como preconceito, tolerância e diversidade. A partir de ilustrações, apresenta dois personagens de diversas cores, que experimentam os mesmos sentimentos: fome, frio, medo, calor, raiva, alegria. A conclusão fundamental do livro é mostrar que partilhamos todos das mesmas angústias, desejos, felicidades e tristezas.

Indicado para crianças de 3 a 5 anos.

Literatura - Capa do livro "Asas da Liberdade" da série Aventuras de Luana, de Aroldo Macedo e Oswaldo Faustivo

Série Aventuras de Luana, de Aroldo Macedo e Oswaldo Faustivo

Em quatro volumes, a série apresenta histórias em quadrinhos protagonizadas por Luana, uma menina negra que viaja pelo passado do Brasil enquanto explora temas sobre ancestralidade e as lutas do movimento negro brasileiro. 

Indicado para crianças de 9 a 11 anos.

Literatura - Capa do livro "O menino e o Maestro" de Ana Maria Machado, com ilustrações de Vinicius Sabbato

O menino e o maestro, de Ana Maria Machado, com ilustrações de Vinicius Sabbato

O livro conta a história de Teleco, um menino que toca tamborim na bateria mirim de uma escola de samba. Sua vida muda quando ele conhece o Maestro, regente da roda de choro do morro em que vive, e que toca clarinete em uma orquestra sinfônica. Assim, a história apresenta questões sociais e raciais com a música como plano de fundo.

Indicado para crianças de 9 a 11 anos.

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