Games violentos influenciam as crianças?

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Os games violentos geram debates de tempos em tempos, mas até hoje não se chegou a um consenso. Porém, especialistas concordam que o limite é fundamental

O tema é polêmico entre os responsáveis e profissionais relacionados à infância. Já foram feitos, inclusive, alguns estudos avaliando se games violentos podem mesmo influenciar o comportamento das crianças – mas, de fato, não há uma conclusão.

Sabe-se que, cada vez mais, os pequenos estão imersos no mundo da tecnologia. Assim, seja no videogame, smartphone ou computador, os games fazem parte das horas de entretenimento de muitos deles. E, às vezes, por mais horas do que seria adequado.

Por isso, o assunto é complexo. Afinal, há uma série de fatores que atravessam essa relação do consumo saudável de jogos eletrônicos. Por exemplo, o tempo jogado e o próprio comportamento da criança.

Ou seja, dizer que somente o jogo é o responsável pelo comportamento agressivo da criança é simplista. Afinal, isso tenta reduzir uma situação complexa a um único fator.

Games violentos influenciam crianças?

Alguns estudos já tentaram traçar essa relação entre games violentos e uma influência na agressividade ou comportamento das crianças. Porém, não há de fato nenhuma conclusão sobre o assunto. Pesquisas recentes têm indicado que essa relação objetiva entre jogos violentos e o comportamento agressivo é, na verdade, bastante frágil.

Não é que o game, em si, não tinha peso algum no comportamento. Mas, há diversas outras variantes, como o tempo de jogo, a consciência, a idade e o contexto que está inserida.

Ou seja, quando relatórios indicam que jogos de guerra ou tiro não afetaram negativamente o desempenho de crianças de 12 a 15 anos, isso não significa que elas possam ser expostas longas horas, diariamente, a esse tipo de conteúdo.

Sobretudo se não houver uma base familiar sólida, diversidade nas atividades e uma ambiente social saudável, o game pode sim influenciar e estimular a violência.

Além disso, é sempre importante prestar atenção na faixa etária indicativa do jogo. Afinal, se uma criança brinca com algo inadequado à sua idade, estará sendo exposta a estímulos aos quais ainda não está pronta.

O que games violentos podem causar?

Naquelas crianças mais sensíveis aos estímulos ou inseridas em contextos com outros fatores agressores, os games violentos podem desencadear respostas agressivas.

Mas há ainda outro problema: apesar de não afetarem diretamente o comportamento delas, em geral, eles podem naturalizar a violência.

A criança pode se tornar insensível ou indiferente após longas horas com cenas de agressão. Ou seja, esse impacto precisa ser mensurado e analisado.

Longas horas vendo cenas de morte ou agressão pode, por exemplo, tornar a criança insensível ou indiferente, o que também é uma questão que precisa ser debatida, e há sim impactos dessa exposição.

A Sociedade Brasileira de Pediatria indica que cenas de violência não são adequadas em nenhuma idade. Afinal, isso pode banalizar agressões e criar uma falsa noção de que conflitos podem ser resolvidos com violência.

Junto a uma sociedade que, frequentemente, exibe casos de agressividade – como em programas de televisão, noticiários e mesmo brigas nas ruas ou família -, a criança pode sofrer danos psicológicos com essa exposição. Por exemplo, passar a ter medo de determinadas situações ou ser agressivo.

Por isso, é possível que crianças que jogam com frequência esse tipo de jogo apresentem reações de medo, irritabilidade ou comportamento agressivo diante de situações conflituosas.

O certo é proibir?

A  Sociedade Brasileira de Pediatria orienta que até os 2 anos, os pequenos devem ficar longe das telas – o que inclui os jogos. Dos 2 aos 5 anos, no máximo 1 hora por dia – e isso deve contabilizar todos os aparelhos, como celulares, televisão, computador e videogame. Dos 6 aos 11, a média é de 2 horas por dia.

Mas, na prática, esse limite é muitas vezes difícil de ser imposto, ainda mais quando a tecnologia faz cada vez mais parte da rotina. Os responsáveis devem analisar cada casos. Depois, eles podem analisar as permissões tecnológicas.

Já em relação aos games violentos, se a criança tem o hábito de jogá-los, uma boa opção para diminuir ou, ao menos, alternar o consumo é propor outros jogos.

A proibição sem diálogo só vai acender a vontade que a criança tem de consumi-los, por isso, com um bom diálogo e uma busca por novos games e novas atividades, é possível achar um meio termo.

Além disso, é essencial lembrar que o comportamento vai além da relação com o jogo, então, é preciso criar um ambiente acolhedor e saudável para que a criança cresça e se desenvolva.

Portanto, mesmo que os pequenos não sejam expostos aos jogos violentos (ou menos a nenhum tipo de game), mas estejam imersos em uma rotina de negligências, presenciem violências verbais, psicológicas ou físicas (com eles ou com amigos ou familiares), os impactos serão até maiores do que em relação à criança que joga games de guerra, por exemplo, mas tem uma sólida estrutura familiar e escolar.

Conclusão

Os games violentos geram intensos debates entre famílias e pesquisadores. Em geral, não há estudos que comprovem um aumento objetivo da agressividade das crianças que jogam esse tipo de jogo.

Porém, especialistas também apontam que não se pode ignorar que pode haver uma influência. Longos tempos de jogo e desrespeito à faixa etária causam impacto. Por isso, o melhor é encontrar um meio termo e fazer acordos por meio de um diálogo.

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