Vivemos em uma sociedade que frequentemente educa as crianças para a obediência incondicional aos adultos. Mas você já parou para pensar em qual é o impacto desse modelo para o desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes?
>> Conheça a atuação do Centro Marista de Defesa da Infância
Ser adulto, mais velho e mais forte costumam ser parâmetros sociais de respeito. Isso coloca as crianças em uma relação de submissão, desconsiderando sua condição de sujeito de direitos e em desenvolvimento. Nessa perspectiva, crianças e adolescentes entendem que só poderão questionar, falar, identificar seus sentimentos, ser escutados e impor limites sobre qualquer toque em seu corpo ou tratamento em que se sintam ofendidos, a partir do momento em que forem adultos.
Assim, a reprodução desse modelo de educação, tanto nos ambientes familiares quanto nos institucionais, pode:
- Dificultar o desenvolvimento da sua autonomia;
- Prejudicar seu desenvolvimento de inteligência e regulação emocional;
- Torná-los mais passivos diante de situações desconfortáveis e de violência.
No cotidiano, quantas vezes as crianças manifestam desconforto e são ignoradas? Pense em quando crianças são obrigadas a abraçar ou beijar alguém contra a sua vontade, por exemplo. É preciso lembrar: atitudes que não são aceitas contra adultos, também não são aceitáveis contra uma criança.
Assim, não apresentar alternativas ou ferramentas para que elas reconheçam seus direitos, condiciona crianças e adolescentes a uma forma de se comportar em todas as suas relações. E isso dificulta que se posicionem sobre uma eventual agressão.
Educação positiva: um caminho para a mudança
Para mudar esse cenário, é possível praticar a educação positiva. Isso significa criar um ambiente seguro e respeitoso para que crianças e adolescentes possam expressar seus sentimentos e estabelecer os seus limites.
Assim, para fazer isso na prática, você pode:
- Mostrar que todas as pessoas têm direito ao respeito e à dignidade
É importante que as crianças aprendam a respeitar a si mesmas, aos outros e ao ambiente ao seu redor. Adultos podem ensinar o respeito ao serem exemplos desse comportamento. Também é crucial discutir a diversidade e a inclusão, para que as crianças entendam e valorizem as diferenças.
- Incentivar a comunicação aberta e honesta
É preciso ensinar às crianças que elas não precisam de permissão para expressar seus sentimentos, pensamentos e preocupações. Essas manifestações de honestidade ajudam a prevenir a violência, bem como promover relacionamentos mais saudáveis.
- Educar com base no reconhecimento de potencialidades, esforço e progressos
Apresentar os erros como parte do processo de aprendizagem oferece às crianças a oportunidade de realizar novas escolhas e refletir sobre elas.
- Apresentar a campanha Defenda-se
Promovido pelo Centro Marista de Defesa da Infância, a Campanha Defenda-se promove a autodefesa de crianças contra a violência sexual por meio de uma série de vídeos educativos com linguagem acessível, amigável e preventiva, apropriados para meninas e meninos entre 4 e 12 anos de idade.
>> Saiba mais sobre a Campanha Defenda-se
As histórias apresentam situações do dia a dia, em que os meninos e meninas têm condições reais de agir preventivamente para sua autodefesa, especialmente pelo reconhecimento dos seus direitos sexuais e de estratégias que dificultam a ação dos agressores.
Confira o último vídeo da série: